sábado, 9 de janeiro de 2016

fiapinho vermelho


 Adocicada. Toda "risa" e adocicada. Murmura indelicadezas que causam uma leve frouxidão de caráter. O vestido de chita branco, avoando pelo corpo bruma. Se me inclino um grau a mais, danou-se, soltei a mesa. Ela brinca com a convexidade da colher. Sei lá se é sopa ou "bote". Essa meia vermelha esmorece a lua que não teima em vir. Tem um fiapinho bandido balançando. Naquele fiapinho mora um cavalo azul subatômico. O danado do cavalo corre um mundo naquele fiapo vermelho. O cavalo é uma falácia mágica daqueles pés.Os pés daquela bichinha são misteriosos, caminham nas divagações da rede. O coqueiro é um confidente e o Mal teima em bulir com as ideias, quer roubar as ideias, quer desconstruir a moça que é a Vida e seus olhos de fogo. E vai açoitando na sombra sem alcance vago, marejando a paciência aquecida e a curva que é uma declaração de coragem. O cabide abandonado sabe que o vestido só vem a noitinha, quando ela cai pela cama líquida e gozar é meditar no plasma das estrelas. O homenzinho e o santo disléxicos são incultos, incautos nas predileções cotidianas. Descascam o nó que Nossa Senhora "ninhuma" vai desatar. E vem o desacato e vem o desatino e vem o vai de ir, de ir ali pra voltar cá e um sanha volumosa de girar até fritar os cascos da alma e fazer de todos os dedos da mão uma segunda. Duas segunda, três segunda, quatro segunda e assim congelar o tato numa piscina desarrojada e triunfar num corpo de meio mar, meio mundo. Respira que o danado do cavalo tá fazendo reluzir aqueles fiapinho vermelho. Fiapinho indecente. Ela nuinha trepando de meia vermelha e o danado do cavalo azul no fiapinho vermelho cagando cavalinhos menores, fazendo luz. Inflamando aquele fiapinho vermelho danoso, flúido, fiapinho danado de covarde. Sei lá. Tô alavancando frases e ela encara toda "risa". Abre a boca estrondosa e o vácuo se curva, a onça da minha orelha se assanha. O sangue samba na veia. Tem cavalinhos azuis no meu sangue. Tem fiapinhos vermelhos no meu sangue. E uma coragem burra e absurda de trepar com a Vida e seus olhos de sexta feira.


[Quê De Nó É]